Tempos atrás, existiu uma ilha distante, isolada, não se sabe bem aonde.
Nela, habitava-se todos os sentimentos; tais como - Amor, Ódio, Medo, Saudade, Ternura, Raiva, Alegria, Tristeza, Solidão, Desilusão, Agonia, Inveja, Paz, Esperança, Ambição, o Tempo, a Pressa, entre muitos outros.
Todos viviam felizes, apesar de um ou outro não se dar bem...
Certo dia, num belo fim de tarde, a Tristeza resolveu dar um passeio pela Ilha, para refletir e pensar em seus problemas... Entristecida e desconsolada, avistou, de longe uma tremenda onda gigante que aproximava-se cada vez mais e ameaçava a inundação da Ilha. Imediatamente, enfurecida, avisou logo seus companheiros e não pensou duas vezes antes de sair de lá o mais depressa possível.
Então, a partir desta notícia, todos se desesperam e dão seu jeitinho de fugir de lá.
Cada um construiu sua própria canoa, e no meio da confusão, o Desespero acabou perdendo a sua canoa, rouba a do Amor e foge, deixando-o sem meios de sair da Ilha.
Todos passam a diante do Amor e nem se preocupam em ajudá-lo.
-Ei! Raiva, você pode me dar um espacinho? Estou sem minha canoa... Não tenho como fugir!! Apela o Amor.
-Ha,ha,ha! Jamais.. Por mim, você fica aí para sempre sozinho! Argumenta a Raiva.
-Solidão! Me ajude por favor!
-Vivi anos e anos sozinha, e não será hoje que eu precisarei de você para conseguir sair dessa. Adeus...
-Ódio, tenha piedade de mim...
-Nunca que eu irei te ajudar! Por muito tempo sonhei com a sua destruição, e hoje, estou realizando o meu desejo de vê-lo se acabar aos poucos! Por mim, você morre isolado aí!
-Inveja, por favor...
-Hum... Se eu te ajudar, e você sobreviver, não serei a melhor. Portanto, somente com a sua destruição total eu serei a Melhor de todas! Então eu me nego a lhe ajudar.
-Ambição! Por favor... Me ajude!
-Run! Se você me pagar... Quem sabe?...
-Pressa... Não será possível me dar uma carona?
-Sinto muito! Mas não há tempo a perder. Até mais companheiro!
-Saudade...
-Descupa mas... Mal posso esperar para sair daqui e rever meus familiares... Estou ansiosa demais... Me entenda, amigo.
-Esperança! A senhora és tão boa... Não há de me abandonar agora...
-Sinto muito, mas realmente não posso... Não fique assim, não deixe de acreditar que alguém lhe ajudará!
Passaram-se uma, duas, três canoas, e ninguém se prontificava a ajudá-lo. Desperançoso, senta-se na areia e chora sozinho... Pois já não há mais ninguém, todos se foram e as ondas só tendem a se aproximar, deixando o mar cada vez mais agitado.
Quando menos esperava, escutou uma voz amigável, que o assustou pois pensava estar sozinho. A voz lhe disse:
-Amor! Entre em minha canoa e siga comigo. Já esperei demais para ser feliz... Não há mais tempo a perder! Vamos fugir, rápido.
O Amor virou para trás, viu que a voz era do Tempo e lhe sorriu.
-Obrigado por me ajudar, obrigado por me entender.
E subiu na canoa. Foram remando, alegre e sorridentes, um feliz por ajudar o outro.
Moral: Somente o tempo é capaz de compreender um grande Amor.
Mayumi Aono.
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